“Walter Benjamin (1892-1940) escreveu um ciclo de 73 sonetos entre 1915 e 1925, isto é, entre os seus vinte e três e trinta e três anos. Os poemas são dedicados ao seu amigo Friedrich C. Heinle, um poeta de dezanove anos, e à companheira deste, Rika Seligson, que se tinham suicidado em 1914, pouco depois de começar a primeira guerra mundial. […]
Os textos foram desobertos na Bibliothèque Nationale de Paris, em 1981, com outros manuscritos que Benjamin confiara a George Bataille em 1940, pouco antes de, por sua vez, se suicidar, e que ali tinham sido depositados. […]
O patético desta obta não está apenas em o autor não ter chegado a revê-la e organizá-la definitivamente, porventura reduzindo-a em extensão e aumentando-lhe desse modo a eficácia estética, pois há toda uma série de sonetos muito belos. Está também em ela ter ficado por mais de sessenta anos sem ser conhecida, e portanto sem ter podido gerar qualquer espécie de influência ou discussão na produção literária do seu tempo. É nesse sentido que lhe chamo opus in absentia e para ela procurei, mais do que as traduções, as «aproximações» que se seguem.”
Vasco Graça Moura
Os Sonetos de Walter Benjamin
Walter Benjamin
trad. Vasco Graça Moura
Porto
Campo das Letras
1999
trad. Vasco Graça Moura
Porto
Campo das Letras
1999
Edições
Walter Benjamin – Os Sonetos de Walter Benjamin; trad. Vasco Graça Moura. Porto: Campo das Letras, 1999. ISBN 9726101808