É o quinto romance na vasta obra literária de Vasco Graça Moura, poeta, romancista, tradutor e (polémico) ensaísta.
O período ditatorial da primeira metade dos anos cinquenta em Portugal é o cenário deste romance de engenhosa consturção, de tal modo que o mesmo cenário de repressão acaba por ser mais uma das personagens do texto, em que três planos temporais se entrecruzam: a época da história de Zulmira propriamente dita, a época em que ela é violentamente trazida à memória de um das personagens e finalmente a actualidade, em que um jovem argumentista de cinema tenta desembrulhar os meandros mais obscuros da história. Zulmira é a mulher estranha cujo envolvimento erótico com o agente da PIDE que a interroga abre uma relação ambígua entre a actividade da polícia política do Estado Novo e a do Partido Comunista Português. Quaisquer semelhanças do caso concreto com a realidade histórica são, como é hábito dizer-se, pura coincidência que o leitor encontrará ou não, sem prejuízo de o prazer, o interesse e a voracidade da leitura serem inevitáveis.
O Enigma de Zulmira
Vasco Graça Moura
Lisboa
Quetzal Editores
2002
Lisboa
Quetzal Editores
2002
Edições
Vasco Graça Moura – O Enigma de Zulmira; Lisboa: Quetzal Editores, 2002. ISBN 972564543X
Vasco Graça Moura – O Enigma de Zulmira; trad. Örjan Sjögren. Kristianstad: Occident Förlag, 2007.
Vasco Graça Moura – O Enigma de Zulmira; trad. Örjan Sjögren. Kristianstad: Occident Förlag, 2007. ISBN 9789197634830