Lusitana praia

Vasco Graça Moura
Porto
ASA
2005
Lusitana praia
Capa: Armando Alves

“Ainda Eduardo Lourenço dizia recentemente, a propósito de Portugal e dos desafios do milénio: “O futuro é também uma ideia de fé, mas devemos imaginá-lo num tempo que simbolicamente perdeu a fé no futuro.” Mas mesmo sem falar de fé, e uma vez que se vive num tempo em que o alargamento da União Europeia se coloca como uma questão essencial, será também necessário que o alargamento “interior” a propósito do enraizamento na Europa e da pertença de fundo à sua civilização tenha lugar em e a partir de cada uma das identidades e das culturas que formam o mosaico europeu. O que ão exclui, em termos de formação e evolução das mentalidades, que a “Europa como destino” ainda surja a muitos portugueses como uma espécie de destino “residual”. E é exactamente nessa zona da memória obscura, em que se fundem tantos factores, tantos elementos, tantas contradições, tantas verbalizações, tantas tensões entre aquilo que permanece e aquilo que vai mudando, até tantos oportunismos, por vezes inconscientes, intelectuais, culturais e políticos, que se coloca o cerne da questão da identidade.”
[Do Prefácio]

Edições

Vasco Graça Moura – Lusitana praia; Porto: ASA, 2005. ISBN 972413718X